“Queda de estrogênio aos 40+: o que muda no corpo, na mente e na pele — e como lidar com tudo isso com leveza e consciência.”

Efeitos da queda de estrogênio na mulher 40+

A partir dos 40 anos, o corpo da mulher inicia uma série de transformações internas que, muitas vezes, chegam de forma silenciosa, mas impactam profundamente o bem-estar físico, emocional e até a autoestima. Um dos protagonistas dessa fase é o estrogênio, hormônio fundamental para a saúde feminina — e cuja queda progressiva dá início a um novo ciclo chamado perimenopausa, que antecede a menopausa.

Esse declínio hormonal pode trazer uma série de sintomas e mudanças que vão muito além da menstruação irregular. A pele muda, o cabelo afina, o sono se torna mais leve, e o humor pode oscilar com mais frequência. Entender como a queda de estrogênio afeta o corpo é essencial para lidar com essa fase de forma mais consciente, empática e saudável.

Neste artigo, vamos explorar profundamente:

  • O papel do estrogênio no corpo da mulher
  • Os efeitos físicos, emocionais e estéticos de sua queda
  • Como amenizar os impactos com hábitos, tratamentos e autocuidado

💡 O que é o estrogênio e qual o seu papel no organismo?

O estrogênio é um dos principais hormônios femininos, produzido principalmente pelos ovários. Ele atua em praticamente todos os sistemas do corpo: regula o ciclo menstrual, participa da ovulação, influencia o metabolismo, mantém os ossos fortes, protege o coração, hidrata a pele e contribui até para o equilíbrio emocional e a libido.

Além disso, o estrogênio age como um “hormônio da juventude” no organismo da mulher, promovendo firmeza da pele, distribuição da gordura corporal, lubrificação vaginal, saúde cerebral e qualidade do sono.”O estrogênio é muito mais do que um hormônio — é um pilar da saúde feminina.”

📉 Por que o estrogênio começa a cair após os 40?

A partir dos 35 a 40 anos, os ovários reduzem progressivamente sua produção hormonal. A queda do estrogênio se intensifica na perimenopausa — período de transição que pode durar até 10 anos antes da menopausa definitiva (quando a menstruação cessa por completo).

Esse processo é natural, mas afeta cada mulher de forma diferente. Algumas sentem sintomas leves, enquanto outras enfrentam alterações profundas no corpo, no humor e na vida sexual.

🔍 Efeitos da queda de estrogênio na mulher 40+

1. Alterações na pele e nos cabelos

A pele é um dos primeiros lugares onde a queda do estrogênio se manifesta. Isso porque o hormônio ajuda na produção de colágeno e elastina, responsáveis por firmeza, elasticidade e viço. Sem ele, a pele tende a:

  • Ficar mais seca e fina
  • Perder luminosidade
  • Desenvolver rugas mais visíveis
  • Tornar-se mais sensível ou reativa
  • Apresentar flacidez em áreas como rosto, pescoço e colo

Nos cabelos, a falta de estrogênio pode resultar em:

  • Queda acentuada
  • Fios mais finos e quebradiços
  • Perda de volume e densidade

Esse conjunto de alterações pode impactar a autoestima e o modo como a mulher se enxerga, principalmente quando ocorrem de forma abrupta.

2. Oscilações emocionais e cognitivas

O estrogênio também atua no cérebro, regulando neurotransmissores como serotonina, dopamina e noradrenalina. Por isso, sua queda pode causar:

Esses sintomas, muitas vezes confundidos com estresse ou sobrecarga, podem ser amenizados com ajustes hormonais, prática de atividades físicas, alimentação equilibrada e cuidados com a saúde mental.

3. Redução da libido e secura vaginal

Outro efeito marcante da queda de estrogênio é o impacto na vida íntima. A diminuição da lubrificação vaginal, comum nessa fase, pode causar:

  • Desconforto ou dor durante a relação
  • Redução da libido
  • Sensação de “distanciamento” ou falta de interesse sexual
  • Dificuldade em atingir o orgasmo

Essas mudanças são fisiológicas, mas podem ser trabalhadas com diálogo, terapias, uso de lubrificantes, hidratantes vaginais e até reposição hormonal, sob orientação médica.

4. Alterações no sono

A qualidade do sono costuma piorar entre os 40 e os 50 anos, e o estrogênio tem muito a ver com isso. Sua ausência pode interferir nos ciclos do sono e contribuir para:

  • Insônia
  • Dificuldade para adormecer
  • Acordar várias vezes durante a noite
  • Sensação de cansaço ao acordar

Além disso, mulheres nessa fase podem experimentar ondas de calor noturnas (fogachos), suores excessivos e agitação, o que agrava ainda mais o quadro.

5. Aumento da gordura abdominal e mudanças no corpo

Com a redução do estrogênio, o corpo tende a redistribuir a gordura — que antes se acumulava mais nos quadris e coxas — para a região abdominal. Isso pode gerar:

  • Ganho de peso, mesmo com hábitos alimentares semelhantes
  • Diminuição da massa magra
  • Metabolismo mais lento
  • Inchaço abdominal

Essas alterações podem causar frustração e afetar o sentimento de controle sobre o próprio corpo. Atividade física regular, alimentação anti-inflamatória e acompanhamento profissional são grandes aliados nesse momento.

🌿 Como amenizar os efeitos da queda de estrogênio?

Apesar de naturais, os efeitos da queda hormonal podem (e devem) ser suavizados com cuidados adequados e personalizados. Aqui estão algumas abordagens importantes:

✔️ 1. Reposição hormonal (TRH)

A Terapia de Reposição Hormonal (TRH) é um dos recursos mais eficazes para aliviar os sintomas causados pela queda de estrogênio. Ela consiste na administração controlada de hormônios — geralmente estrogênio isolado ou combinado com progesterona — para equilibrar os níveis hormonais do corpo feminino durante a perimenopausa e menopausa.

Quais os benefícios da TRH?

  • Reduz intensamente as ondas de calor e suores noturnos
  • Melhora a qualidade do sono
  • Diminui a secura vaginal e melhora a libido
  • Auxilia na saúde óssea e na prevenção da osteoporose
  • Contribui para maior estabilidade emocional

Importante:
A reposição não é indicada para todas as mulheres. O histórico de saúde, presença de doenças pré-existentes (como câncer hormônio-dependente, trombose, hipertensão descontrolada, entre outros) e estilo de vida precisam ser avaliados cuidadosamente. Por isso, o acompanhamento com um(a) ginecologista ou endocrinologista experiente é fundamental.

Hoje existem formas variadas de TRH — adesivos, géis, comprimidos e implantes hormonais — e as doses são cada vez mais individualizadas. Para muitas mulheres, a reposição representa um divisor de águas na qualidade de vida.

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✔️ 2. Alimentação funcional

A alimentação tem papel central no equilíbrio hormonal, especialmente quando o estrogênio começa a declinar. Adotar uma alimentação funcional — aquela que nutre e também tem efeitos terapêuticos — pode fazer toda a diferença na forma como o corpo responde a essa nova fase.

Alimentos que auxiliam a regulação hormonal:

  • Fitoestrógenos naturais: compostos vegetais com estrutura semelhante ao estrogênio, encontrados na linhaça (preferencialmente triturada), soja orgânica, grão-de-bico, tofu, lentilha e ervilha.
  • Gorduras boas: ajudam na produção hormonal e na absorção de vitaminas. Inclua abacate, azeite de oliva extra virgem, castanhas, nozes, semente de abóbora, chia e peixes como salmão ou sardinha.
  • Alimentos antioxidantes e anti-inflamatórios: frutas vermelhas, cúrcuma, gengibre, vegetais verdes escuros, brócolis, couve, espinafre e chá verde ajudam a combater o envelhecimento celular e reduzem inflamações silenciosas que impactam os hormônios.
  • Evite: excesso de açúcar, farinha refinada, álcool, alimentos ultraprocessados e gorduras trans — todos esses aumentam o estresse oxidativo e dificultam a ação hormonal no organismo.

Além disso, manter o intestino saudável (com boa ingestão de fibras e probióticos) é essencial, pois o intestino participa da metabolização e eliminação dos hormônios.

✔️ 3. Suplementação direcionada

Com o avanço da idade, a absorção de nutrientes tende a diminuir e a demanda por alguns micronutrientes se torna maior. A suplementação, quando bem indicada, pode potencializar os efeitos de uma boa alimentação e aliviar sintomas típicos da queda do estrogênio.

Suplementos que costumam ser recomendados (com acompanhamento médico ou nutricional):

  • Vitamina D: essencial para a imunidade, saúde óssea e bem-estar geral. Níveis baixos são muito comuns em mulheres 40+.
  • Ômega-3: potente anti-inflamatório natural, ajuda na lubrificação articular, equilíbrio emocional, função cognitiva e saúde cardiovascular.
  • Magnésio: auxilia no relaxamento muscular, melhora a qualidade do sono, reduz a ansiedade e é importante para o metabolismo hormonal.
  • Vitamina B6 e Complexo B: importantes para o sistema nervoso e equilíbrio de neurotransmissores relacionados ao humor.
  • Colágeno hidrolisado com vitamina C e silício orgânico: contribui para a saúde da pele, cabelos, unhas e articulações.
  • Isoflavonas (suplementos de fitoestrógenos): podem ser úteis em mulheres que não fazem reposição hormonal, ajudando a aliviar sintomas como calores e instabilidade emocional.

⚠️ A automedicação, mesmo com suplementos, pode ser prejudicial. Cada organismo tem necessidades únicas, e o ideal é que qualquer suplementação seja feita com base em exames e orientação profissional.

✔️ 4. Atividade física

O exercício físico é um dos pilares mais poderosos — e acessíveis — para equilibrar o corpo feminino após os 40. Além de ajudar no controle do peso e da gordura abdominal (frequente nessa fase), ele regula neurotransmissores, fortalece os ossos, melhora o humor e favorece a produção natural de hormônios do bem-estar, como endorfina e serotonina.

Benefícios específicos da atividade física para mulheres com queda de estrogênio:

  • Prevenção e tratamento da osteopenia e osteoporose, muito comuns na menopausa
  • Redução da ansiedade e depressão leve
  • Melhora da qualidade do sono
  • Manutenção da massa muscular e metabolismo ativo
  • Estímulo à libido e autoconfiança corporal

Dicas práticas:

  • Musculação ou treino de força: importante para proteger os ossos e manter a massa magra
  • Caminhadas, bicicleta, dança ou natação: ótimos para o sistema cardiovascular e liberação de endorfinas
  • Yoga, pilates ou alongamento consciente: reduzem o estresse, fortalecem o assoalho pélvico e melhoram a flexibilidade
  • Constância é mais importante que intensidade: mesmo 30 minutos diários já fazem uma enorme diferença

Movimentar o corpo regularmente também é um ato de reconexão e respeito por si mesma — especialmente quando tantas transformações internas estão acontecendo.

✔️ 5. Saúde emocional

A queda de estrogênio afeta diretamente áreas do cérebro responsáveis pela regulação do humor, da memória e da resposta ao estresse. Por isso, é comum que, ao entrar na perimenopausa, a mulher 40+ se depare com emoções mais intensas ou instáveis — e muitas vezes não compreenda de imediato o porquê disso.

Tristeza sem motivo, irritação exagerada, sensação de desânimo, baixa autoestima, insegurança e até crises de ansiedade são sintomas frequentemente relatados nessa fase. E ainda que esses sentimentos tenham uma base fisiológica (como a queda de serotonina ou dopamina), eles também são atravessados por questões mais profundas de identidade, propósito e autoconfiança.

🧠 Por que cuidar da saúde emocional agora?

Porque o emocional afeta diretamente a forma como o corpo responde a todas as mudanças. Uma mente sobrecarregada, estressada ou negligenciada tende a amplificar sintomas físicos, como insônia, dores, cansaço, compulsões e alterações hormonais.

Além disso, a mulher nessa fase geralmente acumula muitas responsabilidades: carreira, casa, filhos (ou filhos saindo de casa), envelhecimento dos pais, mudanças no corpo e conflitos internos com o envelhecer. É muito fácil se perder de si mesma nesse cenário — e por isso, cuidar da saúde mental deixa de ser um luxo e passa a ser uma necessidade.

💡 Como fortalecer a saúde emocional aos 40+?

  • Terapia ou acompanhamento psicológico:
    A psicoterapia é um espaço seguro para processar emoções, repensar padrões, curar traumas e construir uma nova narrativa sobre essa fase da vida. Muitos sintomas hormonais melhoram significativamente com o suporte emocional adequado.
  • Autocompaixão:
    Praticar a autocompaixão é essencial. Isso inclui parar de se comparar com o corpo de 20 anos atrás, respeitar os próprios limites e acolher as emoções em vez de reprimi-las.
  • Tempo para si:
    Encontre momentos (ainda que curtos) de pausa e prazer: tomar um chá em silêncio, ouvir uma música que você ama, fazer algo manual, cuidar das plantas, dançar sozinha. Pequenos atos de presença e afeto consigo mesma podem ter um efeito profundo.
  • Rede de apoio:
    Conversar com outras mulheres que estão vivendo o mesmo momento pode ser profundamente curativo. Trocar experiências, rir junto, desabafar — tudo isso humaniza o processo e nos tira da ideia de que “está acontecendo só comigo”.
  • Respiração e meditação:
    Técnicas de respiração consciente, mindfulness e meditação guiada têm se mostrado eficazes para reduzir a ansiedade, melhorar o foco e aumentar o bem-estar. E o melhor: podem ser feitas em casa, gratuitamente.

Cuidar da mente é cuidar do corpo. Quando você se acolhe emocionalmente, todo o seu organismo responde com mais equilíbrio, leveza e vitalidade. Afinal, o verdadeiro rejuvenescimento começa de dentro para fora — e começa quando você se ouve com mais gentileza.

💬 Aprendendo a respeitar seus ciclos

Mais do que combater sintomas, o grande convite dessa fase é o de reconexão com o próprio corpo. A queda do estrogênio marca o fim de um ciclo reprodutivo, mas também o início de um período de mais autonomia, sabedoria e profundidade emocional.

Entender o que está acontecendo, buscar ajuda especializada e praticar o autocuidado são atitudes transformadoras. Afinal, os 40+ não representam o fim da vitalidade, mas o começo de uma nova versão de si mesma — mais consciente, madura e livre.

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