"Entender a causa da queda é o primeiro passo para fortalecer o cabelo — e a autoestima."

Queda de cabelo aos 40+: motivos reais

Depois dos 40, muitas mulheres percebem uma mudança no volume e na qualidade dos fios. A queda de cabelo passa a ser uma queixa constante, e com razão: nessa fase da vida, o corpo passa por transformações que impactam diretamente a saúde capilar. Mas atenção: nem toda queda é sinal de algo grave. Neste artigo, vamos explorar as causas reais da queda de cabelo aos 40+, com explicações acessíveis, práticas e que valorizam o autocuidado sem exageros. Se você está vivendo isso, saiba: dá pra entender e tratar.

1. Oscilações hormonais: o estopim silencioso

O primeiro fator — e talvez o mais comum — está ligado às oscilações hormonais. A chegada da perimenopausa (que pode começar antes mesmo dos 45) traz uma queda nos níveis de estrogênio e progesterona. Esses hormônios têm papel fundamental no ciclo capilar. Quando diminuem, os fios entram mais rapidamente na fase de queda.

Com menos estrogênio, o ciclo de crescimento do cabelo encurta, e os fios passam mais rapidamente da fase anágena (crescimento) para a telógena (queda). Além disso, a alteração na proporção entre hormônios femininos e andrógenos (como a testosterona) pode favorecer quadros como a alopecia androgenética feminina — queda difusa que afina os fios e afeta principalmente o topo da cabeça.

Sinais que podem aparecer:

  • Queda difusa (por toda a cabeça, não só em áreas específicas)
  • Fios mais finos e ralos
  • Diminuição de volume na raiz
  • Linha do cabelo mais visível ou alargada

O que fazer: consulte um endocrinologista ou ginecologista que entenda de saúde da mulher 40+. Em muitos casos, pequenas reposições naturais, uso de fitoterápicos ou ajustes nutricionais já ajudam a equilibrar o corpo e, com o tempo, estabilizar a queda. Suplementos específicos para o ciclo capilar, ricos em silício, biotina e aminoácidos, também podem ser indicados com acompanhamento médico.

Importante: evitar a automedicação e lembrar que o uso de anticoncepcionais, moduladores ou hormônios bioidênticos deve sempre ser personalizado. Cada mulher tem um ritmo e uma resposta diferente.

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2. Estresse crônico: o inimigo invisível

Aos 40+, muitas mulheres vivem jornadas duplas ou triplas. Família, trabalho, autocobrança, mudanças de fase… Tudo isso cobra um preço: o estresse. Quando o estresse se torna crônico, o corpo libera mais cortisol, o hormônio que — em excesso — afeta o ciclo do cabelo, colocando os fios em fase de queda (telógena).

Esse tipo de queda, chamada de eflúvio telógeno, pode ocorrer até três meses após um pico de estresse físico ou emocional. É o corpo economizando energia, desviando nutrientes e funções do “não essencial” — como o cabelo — para manter o organismo funcionando em estado de alerta.

Como identificar:

  • Queda repentina após um período difícil emocionalmente
  • Fios que caem em grande quantidade no banho ou na escova
  • Sensação de couro cabeludo sensível ou “dolorido”
  • Mudança na qualidade dos fios (mais finos ou quebradiços)

Cuidado inteligente: incluir pausas reais no dia, melhorar a qualidade do sono, buscar apoio emocional e investir em atividades que tragam presença (como yoga, pilates, caminhadas, jardinagem e respiração consciente). Terapias integrativas como acupuntura, aromaterapia e meditação guiada também ajudam a regular o sistema nervoso e, com o tempo, a reduzir o impacto do estresse crônico.

Além disso, há fórmulas tópicas com ativos como cafeína, niacinamida e extratos vegetais que estimulam a microcirculação do couro cabeludo, favorecendo o crescimento de novos fios e fortalecendo os que permanecem.

Nota valiosa: o eflúvio telógeno costuma ser reversível. O mais importante é interromper o gatilho e ter paciência com o processo de recuperação, que pode levar de três a seis meses.

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3. Alimentação pobre em nutrientes: o impacto silencioso no couro cabeludo

Com a correria do dia a dia, muitas mulheres 40+ acabam priorizando a praticidade e se alimentam de forma rápida, sem se atentar à qualidade nutricional do que colocam no prato. Isso tem um custo: o cabelo é um dos primeiros a sofrer.

Os fios precisam de nutrientes como ferro, zinco, selênio, vitaminas do complexo B (em especial B7 — a biotina), vitamina D, proteína e ácidos graxos essenciais. Sem eles, o corpo entende que não vale a pena investir energia no crescimento capilar.

Sinais associados:

  • Cabelos fracos, sem brilho e quebradiços
  • Crescimento lento dos fios
  • Queda persistente mesmo com bons hábitos de higiene

O que fazer na prática:

  • Priorize alimentos ricos em ferro (carnes magras, vegetais verde-escuros), fontes de biotina (ovos, abacate, nozes) e boas gorduras (linhaça, azeite, castanhas).
  • Se for vegetariana ou vegana, redobre a atenção com fontes de proteína e considere suplementação orientada por nutricionista.
  • Hidrate-se bem! A desidratação afeta diretamente o couro cabeludo e a qualidade dos fios.

Dica bônus: Um prato colorido é um prato amigo do cabelo. Quanto mais variedade de cores naturais, maior a chance de entregar os nutrientes que os fios precisam para se manter fortes.

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4. Uso excessivo de química e calor: o inimigo moderno da fibra capilar

Muitas mulheres mantêm ao longo da vida uma rotina de colorações, alisamentos, escovas progressivas e uso diário de chapinhas e secadores. Aos 40+, os fios já não têm a mesma resistência de antes. A fibra capilar torna-se mais fina, porosa e menos elástica. O resultado? Quebra, fragilidade e aparência de queda — mesmo quando a raiz está saudável.

O problema pode estar em:

  • Alisamentos repetidos ou mal feitos
  • Tinturas com amônia sem intervalos adequados
  • Secador e chapinha em alta temperatura e sem protetor térmico
  • Falta de hidratação e nutrição entre os procedimentos

Como recuperar sem abrir mão da vaidade:

  • Invista em reconstruções capilares com queratina vegetal ou colágeno.
  • Faça cronograma capilar adaptado à sua rotina (hidratação, nutrição e reconstrução semanais).
  • Dê pausas entre os procedimentos químicos — quanto maior, melhor.
  • Use sempre protetor térmico antes do secador ou chapinha.
  • Troque escovas agressivas por modelos com cerdas naturais.

Importante: a quebra não é a mesma coisa que queda de raiz, mas visualmente pode parecer o mesmo. O ideal é sempre investigar com profissional qual o tipo de perda que está ocorrendo — e tratar na origem.

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5. Genética e histórico familiar: o fator que não se pode mudar — mas se pode controlar

A genética influencia muito mais do que imaginamos, inclusive na densidade, espessura e duração do ciclo capilar. Se na sua família outras mulheres passaram por queda de cabelo precoce ou intensa, é possível que você tenha predisposição. Mas predisposição não é sentença.

A alopecia androgenética (calvície feminina) é o tipo mais comum e geralmente começa de forma sutil, com perda de volume e afinamento progressivo. Ela costuma se intensificar com as oscilações hormonais típicas dos 40+.

Como identificar:

  • Linha do couro cabeludo mais visível
  • Diminuição progressiva do volume
  • Fios mais curtos e finos na parte superior da cabeça

Abordagem preventiva e de controle:

  • Avaliações regulares com dermatologista especializado em tricologia (área que cuida dos cabelos e couro cabeludo).
  • Uso de loções tópicas com minoxidil, ativos naturais ou peptídeos estimulantes, com prescrição médica.
  • Terapias combinadas como microagulhamento, LED capilar ou PRP (plasma rico em plaquetas) podem ser indicadas.
  • Estilo de vida anti-inflamatório com boa alimentação, controle do estresse e sono reparador.

Boa notícia: quando identificada cedo, a alopecia pode ser controlada. O segredo está em agir antes que os folículos se atrofiem completamente.

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6. Medicamentos de uso contínuo: efeitos colaterais escondidos

A partir dos 40, é comum que algumas condições de saúde exigem tratamentos contínuos — como hipertensão, depressão, ansiedade, hipotireoidismo, entre outras. O que nem sempre se percebe é que certos medicamentos usados para controlar essas doenças podem ter efeitos colaterais no ciclo capilar.

Medicamentos que podem causar ou agravar a queda:

  • Antidepressivos (alguns tipos de inibidores de recaptação de serotonina ou noradrenalina)
  • Betabloqueadores e outros remédios para pressão alta
  • Estatinas (para colesterol)
  • Anticonvulsivantes
  • Medicamentos para tireoide (em doses mal ajustadas)

Esses remédios não causam queda em todas as pessoas, mas em quem já tem predisposição ou está vivendo um momento de oscilação hormonal, podem atuar como gatilhos. Além disso, a combinação de fármacos pode aumentar o impacto.

Como agir com segurança:

  • Não interrompa o uso por conta própria.
  • Se notar aumento na queda após iniciar um medicamento, converse com o médico que o prescreveu.
  • Em alguns casos, é possível ajustar a dose ou trocar por outro princípio ativo.
  • Mantenha um diário capilar para anotar quando a queda começou, o que mudou na sua saúde e nos seus hábitos.

Dica extra: leve essa informação para suas consultas. Muitas mulheres passam anos achando que a queda é só “da idade”, quando na verdade, pode estar ligada a um medicamento que poderia ser revisto.

Conclusão: informação liberta, cuidado transforma

A queda de cabelo aos 40+ é comum, mas não precisa ser vivida com medo ou desinformação. Entender os motivos reais por trás desse processo é o primeiro passo para retomar o equilíbrio. A saúde dos fios reflete a saúde do corpo, das emoções e das escolhas diárias.

Com um olhar mais gentil e ações práticas, é possível reverter esse quadro — e, principalmente, resgatar a confiança que vai além da estética. Cabelo saudável é aquele que cresce num corpo e numa mente bem cuidados.

👉 Compartilhe este conteúdo com uma amiga 40+ que está enfrentando queda capilar. E se você já começou esse processo de autocuidado, conte nos comentários o que mais tem te ajudado.

 

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